Meditações



A Igreja, os Papas e os Jovens
Uma relação que contribui para a Evangelização


    Na eminência do maior evento católico voltado para a faixa etária, a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em agosto desse ano, em Madri, na Espanha, jovens do mundo inteiro já se preparam para participar desse extraordinário momento, que foi criado pelo mais novo beato da Igreja de Cristo, o Papa João Paulo II.

    Eis uma comprovação de um relacionamento que vem se fortalecendo desde o Concilio Vaticano II, ocasião na qual os padres conciliares definiram como um dos focos eclesiásticos católicos, a opção pela valorização dos jovens, primando por educar-los na fé e nos verdadeiros valores morais.
    E essa valorização se tornou expressa na Encíclica Evangelii Nuntiandi do saudoso Pontífice Paulo VI, que num dos tópicos do escrito, enfatizou a necessidade dos jovens serem “bem formados na fé e na oração, [para] tornarem cada vez mais apóstolos da juventude.” (EN, n. 72, p. 92)
    Essa missão, com o Beato João Paulo II (que ficou conhecido mundialmente como o papa dos jovens), tornou-se “um verdadeiro matrimônio”, sendo que o beato provando seu amor pela juventude, dedicou-lhe diversas mensagens, pedindo que jovens sejam “santos de calça de jeans, que bebam coca-cola, comam hot dog e que dêem testemunho na faculdade”1, exortando-os a viverem a santidade, aqui e agora, em suas realidades intrínsecas, a fim de evangelizar os seus semelhantes.
    Chamou-os de “sentinelas do amanhã”2 e “força excepcional da Igreja [e ainda disse que Esta] vê-se a si mesma nos jovens” (Christifideles Laici, n. 46, p. 129), confiando o futuro eclesiástico àqueles que, com vigor juvenil, têm propriedade para “renovar a face da Terra” (Sl 104/103, 30).
    Como resposta à essa fidelidade, em março de 2005, no leito de morte de JPII, jovens do mundo inteiro fizeram plantão na Praça São Pedro, até ouvirem do mesmo: “antes eu fui até vocês, hoje vocês vêm até mim”3, e assim, os presentes se encheram de alegria. Além disso, quando o beato foi para glória de Deus, eles ergueram diversas faixas com a frase “santo súbito”.
    O sucessor do João de Deus, o Papa Bento XVI, diferentemente do que foi especulado grosseiramente pela mídia secular, sempre demonstrou um grande carisma pela juventude, prova disso é que em 2008, na última Jornada Mundial, Sua Santidade trocou mensagens de celular com muitos jovens que estavam em Sidney, na Austrália e, ainda foi ao encontro deles, abençoando-os e reforçando as palavras do antecessor.
Aqui no Brasil, em 2007, Bento XVI pediu aos jovens que “fossem ao encontro de outros jovens que vivem errantes pelo mundo”, incumbindo-os da missão de buscar a juventude que está afastada de Jesus, numa vida de prostituição, drogas, depressão e carência dos valores cristãos.
    Baseado no que falaram três dos nossos quatro últimos pontífices, a juventude não pode ficar parada, por isso deve seguir a essas palavras e levar o Evangelho àqueles que estão ao seu redor, independente que sejam seus familiares, amigos, colegas de trabalho e de faculdade, pois essa força somada a uma vida de oração e da Palavra de Deus, não podem ser desperdiçadas.
    Além do mais, os jovens que são a maioria das pessoas que estão ligadas à produção de conhecimento nas instituições de ensino, devem se utilizar da absorção deste, para defender a Igreja dos ataques infundados disparados a ela, munindo-se de um acervo que relata “a importância da Igreja no crescimento intelectual, como a pioneira na criação de universidades e na educação dos povos” (AQUINO, F. In Revista Luz da Vida, 2008).
    A juventude deve se aproveitar do seu amplo acesso à internet, para postar em suas redes sociais, uma defesa consistente do Papa Bento XVI, que segundo o filósofo Olavo de Carvalho, “está sendo vitima de uma conspiração global, arquitetada pelos meios de comunicação pertencentes aos poderosos desse mundo, atacando o papa no que diz respeito ao uso dos preservativos e à pedofilia na Igreja”4. Uma verdadeira guerra à imagem ilibada de Sua Santidade. Os jovens podem e devem denunciar esse complô encardido.
E ainda, os jovens são chamados a dizer não a toda proposta escravizadora do consumismo alimentado por drogas, moda e sexo, melhor dizendo “o pansexualismo, pregado pela mídia profana, no qual até para se vender um carro é preciso expor a intimidade de alguém”5 (AQUINO, 2011, com adaptações). E também a repudiar a rebeldia aos pais e aos verdadeiros costumes (não tatuando seus corpos e nem colocando piercing na orelha, no umbigo e outros. [Isso deturpa a essência dos mesmos]). “Ou fazem isso, ou não serão jovens das gerações João Paulo II e Bento XVI!” (PEREIRA, 2005, com adaptações)6.
    Conclui-se que a Igreja tem um grande carinho pelos jovens e eles devem corresponder a isso, gerando ganhos para ambas as partes e até mesmo pessoas não-ligadas ao catolicismo serão beneficiadas por esse “matrimônio”, corroborando o que disse o papa da juventude: “Esse diálogo recíproco, que deverá fazer-se com grande cordialidade, clareza e coragem,favorecerá o encontro e o intercâmbio das gerações, e será fonte de riqueza [...] para a Igreja e para a sociedade civil” (CL, op. Cit., p.131).
Beato João Paulo II rogai por nós!



Um abraço de seu irmão Cristo, Manoel de Sousa Neto - Servo de Deus no Ministério de Intercessão do JAD


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“Eu não entendo um Deus assim tão louco de amor por mim”

Se tentarmos definir Deus encontraremos várias definições, mas encontrei uma boa, essa não diz tudo que Ele é, mas chega perto, pois o vocabulário não tem expressões para tal. “Deus muitas vezes é expressado como o criador e Senhor do universo. Teólogos tem relacionado uma variedade de atributos para concepções de Deus muito diferentes. Os mais comuns entre essas incluem onisciência, onipotência, onipresença, benevolência (bondade perfeita), simplicidade divina, zelo, sobrenatural, eternidade e de existência necessária.Deus também tem sido compreendido como sendo incorpóreo, um ser com personalidade divina, a fonte de toda a obrigação moral, e o "maior existente".”

Na Sagrada Escritura encontramos Deus com um nome, por exemplo “Deus disse ainda a Moisés: “Assim falarás aos israelitas: É JAVÉ, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, quem me envia junto de vós. Este é o meu nome para sempre, e é assim que me chamarão de geração em geração”. Encontramos também na bíblia um atributo dEle: “Sede santos, porque eu sou santo”. Jesus também tenta definir o termo Deus, “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.”

O trecho dessa canção inspiração para esse texto, tem um erro gravíssimo ao ler essas linhas acima, como Deus sendo perfeito pode ser louco? Ainda na Sagrada Escritura lemos: “Ou imaginais que em vão diz a Escritura: Sois amados até o ciúme pelo espírito que habita em vós?” ainda encontramos “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.”

Dizer que Deus é louco simplesmente estamos querendo definir o quanto Ele nos ama, fez de tudo para nos salvar, deu sua vida para que nós tivéssemos de volta a nossa.

Eu e você precisamos entrar no processo de conversão, e que seria isso? Mudança de tudo ainda que seja imperfeito em nós, todas as coisas que fazemos precisamos estar atentos para o porquê estamos fazendo. Desde um pequeno ato a um grande. Meu irmão e minha irmã precisamos urgentemente ser reflexo de Deus no meio do povo deixar o Espírito de Cristo nos guiar, nos animar, enfim falar em nós.

Não podemos diante de tanta “loucura” do amor de Deus por nós deixar a carne ser mais forte, mas sim o espírito. Fico aqui quase entrando em parafusos para poder tentar explicar o que nosso Senhor me inspira e não encontro palavras para isso.

Precisamos fazer jejum, sim, fazer caridade, sim, devolver o dízimo, sim amar os irmãos, sim e tantas outras coisas ainda. Mas isso tem que ser ideal e não simplesmente troca pelo céu, precisa ser decisão de vida ser bom, praticar as virtudes, isso como diz padre Luiz Augusto se define em ser gente.

Ainda insisto, diante de tanto amor não podemos ser causa de escândalos para a igreja que já é atacada demais por causa disso. Nós cristãos católicos precisamos fazer a diferença, ser cheio de Deus a ponto de transbordar para a vida do nosso próximo, entende?

De fato não dá para entender a “loucura” de Deus, pois ela nos constrange. Como pode, eu acabei de traí-lo e Ele ainda me quer? Virei as costas para Ele e ainda insiste em me chamar? Diante do “amor” que é pregado no mundo hoje de fato fica difícil entender um AMOR assim, que não pensa em si, mas principalmente na alegria do outro, isso chama Matrimônio meu irmão e minha irmã, Deus casou-se conosco e continua sendo fiel a esse voto e só espera que eu e você também façamos o mesmo.

Se me perguntasse o que falta no mundo hoje eu responderia prontamente: um São Francisco mais radical do que o primeiro, pois infelizmente nós só mudamos de opinião quando existe um fato concreto, não basta à loucura da cruz é preciso mais. E Deus está me convidando, te convidando a ser um “Francisco” só que mais radical, pois esse não faz mais a diferença em nossa vida.

Vamos lutar com todas as forças para atingirmos a perfeição, pois nela encontraremos alegria e satisfação em viver.

Um forte abraço.

Helder Filho



"Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo"


Deus nos criou em estado de justiça e santidade, éramos perfeitos. Possuíamos a vida divina em plenitude dentro de nós. Deus quis dar-nos dons de todo indevidos, isto é, sobrenaturais, como é a graça santificante (verdadeira participação na natureza divina) e as virtudes infusas, e ainda dons preternaturais, como a integridade (isto é, a plena submissão do apetite sensitivo à razão), a impassibilidade (não sentiríamos dores, doenças...) e a imortalidade. Todo esse acúmulo de dons - naturais, sobrenaturais e preternaturais - nossos primeiros pais teriam transmitido a seus descendentes, sob a condição, porém, de que prestassem a Deus um ato de obediência em prova de sua posição de súditos, abstendo-se de comer do fruto proibido.

O que tem tudo isso em relação ao batismo? Simplesmente tudo. Se não fosse o pecado dos nossos primeiros pais como lemos acima, teríamos tudo. Por fim com o pecado perdemos tudo, inclusive a “vida eterna em Deus”. Aí entra o batismo que veio com o novo projeto de salvação que Deus fez para a humanidade. Deus nos quis desde sempre por si mesmo. Não somos como os animais irracionais. Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in verbo - O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra".

No batismo como lemos acima acontece o “milagre” da filiação divina, somos filhos de Deus no Filho de Deus, em outras palavras “filhos no Filho“. No batismo recebemos o Espírito Santo e que espírito é esse? “A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!”

Deus no batismo nos “devolve” essa vida divina perdida pelo pecado dos nossos primeiros pais, ele nos arranca do poder das trevas e faz de nós filhos da Luz.

Mas ainda como disse São Paulo fica em nós as “concupiscências”, ou seja, a inclinação ao mal, “não faço o bem quero, mas faço o mal que não quero”.

Dentro de nós existe um clamor incessante, é nossa alma gritando às vezes por socorro, refrigério, “solidão” com seu Criador.

O batismo como sacramento é nos essencial para a vida divina, e para chegarmos ao cume da vida eterna. Também existe um outro tipo de “batismo” e aqui faço questão de colocar entre aspas, pois só “há uma fé, um só Senhor e um só BATISMO”. Que seria isso? Chamamos hoje de efusão do Espírito Santo, em outras palavras o abraço de Jesus em nossa vida, chegando ao ponto de perdermos as forças e cairmos nos seus braços. Essa efusão foi pouco difundida na vida cristã primitiva, isso não diz respeito que ela não exista, jamais. Há testemunhos bíblicos da efusão do Espírito Santo, um seria a conversão de Paulo de Tarso, que ao encontrar com a luz de Deus cai no chão e se levanta um outro homem. Olhe o que lemos no livro de Daniel 10,8-9: "Fiquei sozinho, pois, a contemplar esta grande visão: não restou força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se em lividez, perdi todo o vigor. Ouvi, então, o som de suas palavras. Ao ouvir o som de suas palavras, desfaleci sobre o meu rosto, meu rosto contra a terra". Seria isso uma contradição, algo falido, sem sentido?

Deus quer que experimentemos de maneira plena a vida que ele deu para nós. “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Jesus conquistou para a humanidade aquilo que se tinha perdido, e isso foi resgatado pela sua paixão e morte que sacramentalmente a recebemos no batismo.

Levantemos hoje um clamor, pedindo para que o Espírito de Cristo que habita em nós, nos transforme, revigore, dê-nos vida verdadeira. Assim estará sendo confirmado em nossa vida o tema dessa meditação: “Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo”. O que estamos esperando para literalmente pegarmos fogo ao ponto de nos queimarmos e poder passar esse fogo adiante?

Encerro essa meditação com o selo do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo: “Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito.”

Aba ó Pai!
Seu irmão na fé, Helder Filho.




“Que alegria quando me disseram vamos à casa do Senhor”

“Que alegria quando me disseram, vamos juntos a casa do Senhor, a casa do Senhor tem alegria, a casa do Senhor tem muito amor. Aleluia, glória a Deus, ouve-se o júbilo, é o Filho de Deus.”

Essa é uma canção muito antiga, da época que comecei a freqüentar assiduamente a casa do nosso Senhor. Nessa época eu preferia ficar na casa de Deus a ficar na casa dos meus pais, quando morava com eles. Mas por quê? Infelizmente na casa de papai e mamãe, nessa época, eu não encontrava aconchego, alegria, paz, segurança, já na casa de Deus encontrei tudo que uma pessoa desejava ter, e o mais essencial à alegria que é a nossa força.

Olhando um pouco para traz não concordo de jeito nenhum com minha postura, pois eu era um “santo” na igreja e me portava como um “diabo” em casa, não tinha diálogo com os pais, vivia em casa uma depressão sem explicação e já na casa de Deus não sentia essas coisas, mas isso sempre foi errado. A primeira igreja dos cristãos é a família. Hoje falo com muita alegria e certeza do meu coração: ‘eu amo ir à casa do papai e da mamãe, pois hoje encontro alegria e paz dentro dessa’.

Por isso hoje posso dizer que é uma alegria quando eu vou à casa de Deus, pois tenho a certeza que na minha casa, onde moro com minha esposa e filhos, reina paz e felicidade e não é contrario na casa de papai e de mamãe.

Deus nos espera, espera você meu irmão, minha irmã que há tanto tempo não vai encontrar com o seu Senhor em sua casa. Com certeza encontramos Deus dentro de nossa própria casa, mas o Senhor quer também nos encontrar na casa dele.

“Quanto tempo o senhor me esperou, nas tardes encontrou saudade em meu lugar, mas ao me ver na estrada ao longe voltar, num salto se alegrou e foi correndo me encontrar, e não me perguntou nem por onde eu andei, os bens que eu gastei mais nada me restou, mas olhando em meus olhos somente me amou, e ao me beijar, me acolheu num abraço de pai.” Essa canção é expressão da palavra de Deus que podemos ler em Lucas 15, 11 seguintes.

Na casa de Deus encontramos o essencial para nossa vida cristã e social. Nela encontramos a sua Palavra, o nosso alimento, irmãos que junto conosco lutam pela vida que Deus sonha para cada um de nós, ‘eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância’. Como é bom ouvir canções que nos levam a encontrar Deus, alívio e descanso para nosso corpo, sermos instruídos com os ensinamentos da Palavra viva, e ainda sermos alimentados pela carne e sangue do nosso próprio Deus. Somente na casa do Pai do céu encontramos tudo isso junto, que com certeza é o essencial para nossa verdadeira busca e felicidade.

Nessas nossas visitas a casa de Deus encontramos também situações onde nos colocamos a serviço dos mais necessitados, vemos situações que nos encorajam a seguir em frente. Devolvemos para Deus aquilo que é dele, que é o nosso dízimo e oferta. De fato na igreja nos encontramos, nos realizamos, nos alegramos, enfim, nos satisfazemos em poucos e breves segundos de permanência dentro dela.

A igreja é o lugar mais apropriado para nascer uma família, para encontrar verdadeiros amigos, para abastecer-se. É nela que nossos filhos nascem para Deus e morrem para o pecado, também é nela que recebemos todas as graças para chegarmos com certeza a nossa morada definitiva que é o céu. Enfim a igreja é o lugar que Deus fez definitivamente para encontrarmos com Ele, de maneira real e substancial em todos os sentidos.

Seu irmão na fé, Helder Filho.




“Conhecereis a verdade e a verdade vos livrará.”

Quem é a verdade? O que é a verdade? Olhe o que nos traz um dicionário da língua portuguesa da definição de verdade: “Conformidade da idéia com o objeto. Qualidade do que é verdadeiro; realidade; exatidão; coisa certa e verdadeira.”

Quando fiz filosofia e aqui falo de uma filosofia verdadeira e não de uma “filosofia de beira de esquina”, ou seja, filosofia tomista, me apaixonei pela verdade. Essa filosofia me colocou na realidade, fez me confrontar o pensamento com a perfeição, com o transcendental.

Vejamos o que diz Santo Tomás sobre verdade. “O conceito tomista de verdade é perfeitamente harmonizado com esta concepção realista do mundo, e é justificado experimentalmente e racionalmente. A verdade lógica não está nas coisas e nem sequer no mero intelecto, mas na adequação entre a coisa e o intelecto: veritas est adaequatio speculativa mentis et rei . E tal adequação é possível pela semelhança entre o intelecto e as coisas, que contêm um elemento inteligível, a essência, a forma, a idéia. O sinal pelo qual a verdade se manifesta à nossa mente, é a evidência; e, visto que muitos conhecimentos nossos não são evidentes, intuitivos, tornam-se verdadeiros quando levados à evidência mediante a demonstração.” Ler isso nos coloca com os pés no chão (realidade) e o coração em Deus (fé).

Tenho chegado à conclusão a cada dia da minha caminhada que só pela verdade chegaremos ao pleno conhecimento de nossa fé, de nossa meta, de nossos anseios. O conhecimento nos leva à verdadeira experiência, é muito mais fácil ter certeza de uma coisa quando eu a conheço (intelecto) e também quando experimento (ato e realidade).

Por isso Jesus sabiamente disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos livrará.” Nos livrara da mentira, e quem é a mentira, quem é o seu pai? “Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” Se não estivermos em Deus estaremos na mentira, só Deus nos coloca na verdadeira, Verdade.

E quem é a verdade? “Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” Fica fácil nossa caminhada depois que conhecemos a Verdade e desmascaramos a mentira.

A experiência é tudo, com ela nos colocamos na realidade, saímos dos nossos ideais “platônicos” e nos colocamos na lógica aristotélica. Existe um ditado que diz assim: “onde a fumaça há fogo” seria isso uma verdade lógica, sem antes eu ir lá comprovar? Não! Poderia ser essa fumaça, aqueles equipamentos que se usam em espetáculos que “fabricam” fumaça, então, sem eu comprovar com a realidade não posso afirmar com exatidão.

Onde quero chegar com isso tudo? O demônio é o pai da mentira e tem nos enganado demais, com essas “verdades ilógicas”, sem fundamento e só a nossa inteligência que é dom de Deus para conseguir desmascarar as mentiras diabólicas.

Vamos procurar conhecer a Verdade que é Deus, procuremos conhecer os ensinamentos doutrinais de Cristo Jesus. A cada partilha que Deus me concede com os jovens percebo que muita das faltas cometidas por esses é por que não conhecem a verdade, não buscaram a fundo experimentar, viver a “coisa” de maneira correta e objetiva.

Um jovem não vive a castidade no namoro, noivado por dois motivos, pode dizer assim, seriam eles: primeiro por causa de nossa condição de pecador (mas isto não é o mais forte, pois Cristo venceu o pecado) e depois por causa do não conhecimento verdadeiro da castidade. Se buscarmos conhecer a grandeza e beleza da castidade isso será para nós objetivo, meta, vontade verdadeira.

Jesus em um dos fatos de sua vida, quando alguns discípulos começaram a questionar a verdade ele foi categórico ao dizer: “Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos?” e ainda bem que Pedro impulsionado pela Espírito Santo disse: “Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” Quem está com Jesus está com a verdade, e a verdade não engana, muito pelo contrário nos coloca em evidencia real e substancial com o mundo exterior.

Vamos de maneira rápida e objetiva conhecer os desígnios de Deus, sendo assim estaremos no caminho certo e perfeito da vida humana, que é o conhecimento pleno da Verdade.

Para encerrar procure nesse momento conhecer algo que você nunca viu. Daria certo? Claro que não! Busquemos a verdade em Cristo Jesus, procure ela onde verdadeiramente está que é na realidade do dia a dia.

Fixemos os nossos pés no chão e o nosso coração em Deus.

Seu irmão em Cristo Jesus, Helder Filho.



 

 Necessidade de se ter uma religião


Começo essa inspiração, definindo literalmente o significado de religião. “A Religião (do latim: "religio" usado na Vulgata, que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") pode ser definida como um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que parte da humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crença.”.

A partir de uma partilha que tive com uma pessoa, percebi a grande e real necessidade de uma pessoa ter uma religião, ter onde encontrar sufrágio, refugio e consolo.

Com certeza como cristão católico, que busco ser, vou aqui me ater nessa religião. Que julgo ser, através de testemunhos bíblicos, da tradição, da história, a única religião fundada por Jesus Cristo, o Nazareno.

O ser humano tem necessidade de algo transcendental vemos isso claramente, nas suas buscas desenfreadas por aquilo que é terreno, material e que não acaba satisfazendo-o.

No livro histórico, segundo João Evangelista, mas precisamente em sua I carta, ele define o Amor. “Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.” (4,16).

O que seria esse amor? Como seria esse amor? Para que serve esse amor? Sabemos da existência de 3 tipos de amor, segundo os gregos, eis uma síntese completa desses “amores”: No grego antigo, havia três palavras que significavam amor: "eros", "phileo" e "ágape". Eles usavam a palavra de acordo com o tipo de amor a que estavam se referindo. A palavra "eros" se referia ao amor sexual e, como sabemos, deve existir dentro do casamento. A palavra "phileo" significava o amor que existia entre pais e filhos, e entre irmãos. Este tipo de amor, que se desenvolve com o tempo, também deve existir no casamento. Por último, temos o amor "ágape" que é o mais profundo e o mais sublime de todos. Este amor sempre caracterizou Deus. Em João 3, 16 a Bíblia nos mostra o tão grande amor do nosso Deus quando diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho..." Existe maior amor do que este? Encontramos também este amor expresso em I Coríntios 13, 4-7. Certamente este tipo de amor precisa ser aprendido e esta aprendizagem exige muito esforço e conhecimento. Todos precisamos aprender a amar.

No amor entra a inspiração do texto, temos que ter algo para nos apegarmos, para nos satisfazermos, para encontrar respostas que ainda não temos, para também entendermos o sofrimento e o motivo de sua “existência”, e afirmo que não existe religião que mais concretamente nos ensina o valor espiritual do sofrer do que a Católica.

Jesus Cristo, como homem e Deus que é e foi, sabia que a humanidade precisaria de ter um lugar onde encontra-se refúgio, onde pudessse prestar o seu culto e adoração. No seu Evangelho segundo São Mateus no capítulo 16, versículo 18, Ele nos deixa a sua religião, a sua igreja. Nos Evangelhos também vemos várias curas, milagres, prodígios, ensinamentos, enfim, tudo que os evangelistas puderam colocar nesses livros para nossa crença, salvação e para termos vida digna, eles colocaram. Assim disse São João: “Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.”

É muito triste ver pessoas sofrendo, morrendo interiormente, e não ter com quem contar, não ter uma religião fundamentada, com princípios, e acima de tudo com o Deus único e verdadeiro.

Irmãos, quero ainda mostrar-vos, que desde a antiguidade, nos escritos, vemos o homem a procura de Deus. “Meu Deus é a minha rocha onde encontro o meu refúgio, meu escudo e força de minha salvação, minha cidadela e meu refúgio. Meu salvador, que me salvais da violência.” (II Samuel 22,3); “O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela.” (Salmos 17,3); “Eu vos chamo, Senhor, vós sois meu refúgio, meu quinhão na terra dos vivos.” (Salmos 141,6). Teria muito mais ainda para ser colocado, mas não julgo necessário, e lembrando que isso tudo que escrevi acima foi escrito antes de Cristo. Vejamos agora o que disse Santo Agostinho em sua era: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu fora. Estavas comigo e não eu contigo. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.”

A religião católica é por excelência a de Cristo. Um padre amigo meu dizia uma frase muito interessante, dizia ele: “Jesus Cristo é mais católico do que o papa”. Quero antes de encerrar esse texto deixar algumas afirmações onde podemos encontrar embasamento no que disse acima, quando falo Religião Católica=Religião de Cristo.

Segundo a Sagrada Escritura: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mateus 16,18-19).

Segundo a Tradição da Igreja: Alguns teólogos dizem que o termo (católico) foi "oficializado" para a Igreja a partir do Concílio de Trento", vejo apenas como uma transição de um adjetivo, "católica", para um substantivo próprio, "Católica", com o objetivo de combater as heresias protestantes! Agora o termo católico foi usado no século I por Santo Inácio de Antioquia. Olhe o que disse um ex-protestante, belíssimo: Católico, ele vem do termo grego “katholikós“, o qual é a combinação de duas palavras: “kata” – concernente – e “holos” – totalidade; por conseqüência, “concernente à totalidade” ou “integral, abrangente”. De acordo com o Dicionário Oxford de Etimologia Inglesa, o termo católico surge de uma palavra grega cujo significado é “relativo à totalidade” ou mais simplesmente, “geral ou universal”.Universal é originado de duas palavras gregas: “uni” – um – e “vetere” – giro; por conseqüência, “girando ao redor de um” ou “transformado em um“[1]. A palavra igreja deriva do grego “ecclesia“, a qual significa “aqueles chamados para socorrer“, como se convocados a serem sublimados e libertos do mundo para formar uma sociedade distinta. Então, a Igreja Católica é feita destes que foram convocados e reunidos numa visível e universal sociedade fundada por Cristo. Agora são grifos meus: tem um aí que colocou o nome de sua igreja de Universal, será coincidência?

Segundo a enciclopédia livre, Wikipédia: “A Igreja Católica, chamada também de Igreja Católica Romana e Igreja Católica Apostólica Romana, é uma Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos, colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro. Seu objetivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus. Para este fim, ela administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo.Ela não pensa como uma Igreja entre outras mas como a Igreja estabelecida por Deus para salvar todos os homens”.

Por fim, a Igreja Católica é a única que segue fielmente os ensinamentos de Jesus Cristo. É só ver os fatos. Segundo Jesus encerro esse pensamento: ‘quem tem ouvidos para ouvir que ouça’.

Seu irmão na fé, Helder Filho


Aqui existe uma família feliz!

Qual o preço para ter uma família feliz?

Depende da ótica que olhamos. Se dentro de nós já foi semeado valores espirituais, morais, cristãos não têm preço. Se o contrário vai exigir muita renúncia.

Ouvi um pensamento que dizia: “família é tão importante que até Deus quis ter uma”, Jesus nasceu no seio da família de Nazaré, com seu pai putativo José e sua Mãe Maria. Foi essa mãe a primeira catequista, podemos assim dizer, que teve na terra, ela ensinou o divino Senhor, o Pentateuco, as leis judaicas, O ensinou a se portar e prezar o Templo de Deus, enfim Maria ensinou a Jesus os valores morais, espirituais, ou seja, tudo aquilo que dependia dela para ensinar o Homem-Deus, Ela o fez com muita presteza.

“O mundo tenta acabar com os laços que um dia Deus criou, semeando discórdia e desunião destruindo a relíquia que um dia Deus sonhou. Somos chamados para o amor e uma família o Senhor sacramentou. E mesmo na dor e na tribulação nada pode destruir esta união, o sonho de Deus não pode acabar que marido e mulher não se deixem de amar que as lutas do viver não sufoquem o amor. A família é a relíquia que um dia Deus sonhou.”

É justamente essa canção que deveria ser a vida de todos os cristãos que vivem num seio familiar. Ser família para mim, nada mais é do que a comparação que a própria igreja faz do casamento de Cristo com Ela. A mesma fidelidade que Cristo preza pela Igreja assim tem que ser dentro de uma família. Ouvi uma notícia que me deixou muito triste, saber que o Brasil é o país que mais “desune” as famílias, com o chamado contrato matrimonial, o famoso divórcio.

É lamentável ver atores de novelas que deveriam ensinar coisas boas aos nossos filhos, ao invés ensinam traição, desrespeito e a mutilação do sonho de Deus. A mídia deveria ser um tesouro onde poderíamos encontrar ajuda nessa caminhada, mas infelizmente na maioria não é assim.

Querem criar um novo modelo de família. Onde pessoas do mesmo sexo se unem em “matrimonio”, que ofensa à Palavra de Deus. “Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.” [...] Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza.Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario.” Onde se encontra o respeito e veneração pela Palavra de Deus? Nós agora sabemos por que Deus destruiu a cidade de Sodoma e Gomorra, não é? Porque praticavam a sodomia ato sexual contrário a vontade Deus. (leia no dicionário o significado de sodomia e entenderás melhor).

Eu, quando era jovem por causa da ignorância dos meus pais não tive embasamento sobre família, não sabia qual era o valor de ser família e de se ter uma família. Fui aprender isso, depois dos 20 anos de idade. Foi colocado para mim um desafio, ou melhor, me apresentaram a castidade. E o que seria isso? “A castidade é a afirmação cheia de alegria de quem sabe viver o dom de si, livre de toda a escravidão egoísta. Isto supõe que a pessoa tenha aprendido a reparar nos outros, a relacionar-se com eles respeitando a sua dignidade na diversidade.

A pessoa casta não é centrada em si mesma, nem tem um relacionamento egoísta com as outras pessoas. A castidade torna harmônica a personalidade, fá-la amadurecer e enche-a de paz interior. Esta pureza de mente e de corpo ajuda a desenvolver o verdadeiro respeito de si mesmo e ao mesmo tempo torna capaz de respeitar os outros, porque faz ver neles pessoas dignas de veneração enquanto criadas à imagem de Deus e, pela graça, filhos de Deus, novas criaturas em Cristo que “vos chamou das trevas à sua luz admirável” (1 Ped 2, 9).

Vivi uma sexualidade desregrada, perdi minha virgindade fora do leito nupcial, “fiquei” com várias garotas, enfim vivi uma impureza tremenda na minha vida sexual. Mas, graças a Deus, para Ele nada é impossível, então, ele me refez me devolveu a dignidade perdida nesses atos pecaminosos anteriores, para provar que tinha feito isso comigo me deu uma mulher que hoje é minha esposa, que ao contrario de mim soube-se valorizar, namorou um rapaz além de mim e conseguiu a medalha da virgindade até o casamento. Louvado seja Deus.

Hoje posso dizer que o preço que pago para ter uma família feliz, é justamente porque na minha caminhada eu não aprendi a me valorizar e também não aprendi o significado verdadeiro de ser, então tenho que viver família e junto com isso aprender ser família.

Mas tudo isso é fruto do pecado, foi ele e é ele o causador de todas essas atrocidades contrárias à vida familiar. Com Deus tudo pode, lutemos juntos para levantarmos um exército familiar contra o inimigo de Deus que quer destruir o magnífico e único sonho de Deus para a humanidade: a família.

Jesus, Maria e José, nossa família vossa é!

Estou com você!

Seu irmão na fé, Helder Filho

 
“Não somos seres humanos que estão passando por uma experiência espiritual, mas nós somos seres espirituais que passamos por uma experiência humana.”

 

Para chegar a um pensamento como esse a pessoa (teólogo Pierre Teilhard de Chardin) só poderia estar sendo inspirada por Deus mesmo.

Até quando estaremos a nos enganar que nosso lugar é aqui, que a felicidade termina aqui, que nossa realização plena também é aqui? Olhe o que nos disse Jesus nosso Senhor: “Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.”

Não somos da terra, o nosso alimento não é somente carnal, nossa alma também tem que ser alimentada, sustentada. Percebamos o que diz São Paulo: “Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz. Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós”.

Não estou fazendo aqui uma lavagem cerebral dizendo que não podemos nos alimentar, muito pelo contrario, o nosso corpo (matéria) também é querido por Deus e por Ele foi criado, só somos completos sendo corpo e alma. Dizer que nosso corpo não presta é acreditar na doutrina dos cátaros que diziam que toda a matéria é má, isso é uma grande heresia.

O que precisamos urgentemente crer é que somos peregrinos aqui, o nosso lugar é o céu, lá que está nossa realização plena e definitiva. Parece-me que Alexandre, o Grande, entendeu o que nos traz a verdade de Deus, reflita: “Disse ele o seguinte : * que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época; *que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros conquistados (prata, ouro, pedras preciosas…); e *que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do caixão, à vista de todos. Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou; a Alexandre quais as razões. Alexandre explicou: Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte; Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem; Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos…”

É muito simples compreender isso, o difícil é convencer a nossa carne disso. Por isso a nossa conversão, mudança é um processo contínuo, não pára. Sempre estamos em transformação, nossa alma busca sempre se ascender para chegar a Deus se sentir realizada. Percebamos a partir de agora e vejamos os frutos, se nossa complexidade só se alimentar do que é carne, certamente sentiremos um vazio, mas se nos alimentarmos de Deus, com certeza seremos realizados, plenificados. Nós não somos somente carne, e nem somente espírito, somos uma junção dessas duas realidades que precisam de cuidados igualmente.

É justamente isso que Jesus disse para o jovem rico: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos. (...) Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me! Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens” Percebe que Jesus pergunta primeiro se ele guarda os mandamentos, e depois pergunta ‘se quer ser perfeito’, não basta simplesmente viver as leis de Deus, Ele nos quer perfeitos. E a perfeição em Deus é que viva no mundo, mas que não seja dele.

Então, meu irmão e minha irmã, o nosso lugar é o céu, somente lá seremos realizados e plenificados daquilo que desejamos aqui na terra. Lá no céu encontraremos ‘cosas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam’.

Seu irmão na fé, Helder Filho.


Castidade, o verdadeiro amor espera.

Ouvi essa frase uma vez: “Se eu tivesse que dar uma medalha de ouro a um general que ganhou uma guerra, ou para um jovem que vive a castidade, eu a daria para esse último”. Depois me deparei com essa: “a juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”.

Trabalho com a juventude há mais ou menos 12 anos, e sempre a vejo sendo acusada de “desvio” em sua vida sexual. Mas por quê? Acredito ser pelo motivo de suas escolhas sempre serem ligadas a isso.

Na verdade o que nos diz a palavra de Deus sobre a vida sexual. “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se UNIR à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” Em Deus a vida sexual não é simplesmente prazer, nos ensina a Madre Igreja: “Da união (inclusive união sexual) do casal Deus suscitou suas ordens: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Com essas palavras o Senhor nos ensina qual é o verdadeiro sentido do ato sexual conjugal, o momento em que “o homem e a mulher se doam um ao outro com atos próprios e exclusivos dos esposos”. A relação sexual do casal tem duas finalidades, a primeira delas é a função unitiva e a segunda, a função procriaora. A relação sexual, em primeiro lugar, assume sua função unitiva, deve ser fonte de união dos esposos.

Descobri que no casamento a vida sexual é muito importante, mas não é o mais importante, existem muitos outros aspectos na vida matrimonial que são também de suma importância, esses aspectos se complementam. O homem não se resume ao prazer, ao sexo, é ele muito mais complexo do que isso. O que acontece é que a juventude está preocupada tão somente em satisfazer-se sexualmente falando que se esquece do essencial, com isso fica desmotivada, vazia. Daí vem os termos: “me sinto só”, “estou numa deprê”, “não me sinto realizado” e tantos outros que já conhecemos.

Tem uma história que me acompanha na minha caminhada. “Uma jovem era ignorada, riam dela, falavam asneiras por causa de sua opção em viver a castidade até o casamento. Certo dia inspirada tão somente por Deus, disse a essas garotas: se eu quiser tornar-me como vocês, basta eu pegar um garoto e pronto, mas vocês se tornarem como eu infelizmente não tem mais jeito.” O engraçado é que a medicina já deu um “jeito” nisso, não é mesmo? Já tem como reconstituir o hímen, mas o ser humano não é só matéria, é também alma, então não basta somente reconstituir a matéria para ter de volta o grande sonho de ser “virgem” é necessário luta, passar por renúncias doloridas, para então chegar ao grande e valioso sonho; casto ao santo altar de Deus.

Castidade quer dizer “energia espiritual que liberta o amor do egoísmo e da agressividade. Na medida em que, no ser humano, a castidade enfraquece, nessa mesma medida o seu amor se torna progressivamente egoísta, isto é, a satisfação de um desejo de prazer e já não dom de si.” “Ninguém pode dar aquilo que não possui: se a pessoa não é senhora de si — por meio da virtude e, concretamente, da castidade — falta-lhe aquele autodomínio que a torna capaz de se dar.”

Um padre amigo meu dizia: “se a pessoa consegue dominar seu apetite na comida, ou seja, comendo regradamente, facilmente ela dominará seu “apetite” ao sexo.”

Até agora pudemos perceber que a castidade passa de virtude a desafio, o que antes era possível, agora exige suor, luta, renúncias. Mas sabemos que isso é fruto do pecado. O inimigo de Deus sabe onde é a fraqueza, não só da juventude, mas de todos nós cristãos. Ele investe muito na sensualidade da mulher, no poder sedutor que ela tem, hoje a maioria das mulheres se vestem de maneira “picante”. No homem o diabo usa a capacidade que ele tem de domínio nas palavras e “cantadas” superficiais. O pior de tudo é que tanto o homem e a mulher sabem disso e ainda caem nas armadilhas satânicas.

Como é bom ouvir jovens, tantos meninos como meninas que são viciados (as) em masturbação, no prazer sexual, dizerem: “olhe já estou a 10 dias sem pecar”, isso me dá força para lutar por essa juventude que Deus me deu de presente. Nossa vida é um desafio gostoso a ser vivido.

Fico olhando para traz e vendo o que os grandes homens e mulheres dos tempos antigos e também do nosso tempo disseram sobre essa valiosa virtude da castidade. Disse Santo Agostinho: “A castidade nos recompõe, reconduzindo-nos a esta unidade que tínhamos perdido quando nos dispersamos na multiplicidade.” A igreja ensina que “Todo batizado é chamado à castidade. O cristão “se vestiu de Cristo” (Cf. Gl 3,27), modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade”.

Santo. Ambrósio ensinava que: “As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência; isto significa viver a vida sexual apenas com o seu cônjuge. Existem três formas da virtude da castidade: a primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é rica ”. Nosso Papa Bento XVI: “Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte das vossas esperanças futuras”. Saudoso e venerável João Paulo II disse: “O corpo, de fato, e ele por si mesmo, sozinho, é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino. Ele foi criado para trazer à realidade visível do mundo o mistério escondido desde tempos imemoriais em Deus, e portanto ser dele um sinal”. “Somente o homem casto e a mulher casta são capazes de amar verdadeiramente”. “Somente se pode pensar em castidade em associação com a virtude do amor”. “A conquista da castidade é um trabalho de longo prazo, deve-se esperar pacientemente para que dê os frutos de alegria na delicadeza do amor que deve trazer. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade”. São José Maria Escrivã:“Quando te decidires com firmeza a ter vida limpa, a castidade não será para ti um fardo; será coroa triunfal”. Santa Terezinha do Menino Jesus: “A castidade me torna Irmã dos Anjos, estes espíritos puros, vitoriosos a valer”. Encerro esse parágrafo dizendo uma frase de Jesus nosso Senhor, o santo dos santos: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.”

A castidade nos faz ser seres completos, realizados, prontos a qualquer batalha seja em qualquer área da nossa vida.

Algumas razões para viver a castidade:

1. Você nunca terá que se preocupar com uma gravidez nem com a vergonha de ter que dizer aos seus pais. Comunicar uma gravidez é uma alegria, mas quando se está casado.

2. Você nunca terá que se preocupar em contrair, por via sexual, a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, algumas incuráveis.

3. Você aprenderá a exercer o autocontrole que aumentará a sua força de vontade, e você se sentirá bem consigo mesmo quando você não cede às pressões que lhe cercam.

4. Você dará bom exemplo. Assim você estará contribuindo para construir um mundo melhor.

5. Você estará protegendo sua própria reputação. Para conquistar um bom esposo ou esposa você necessita ter uma boa fama.

6. Você saberá com segurança se é um amor verdadeiro ou se só querem o prazer que seu corpo pode proporcionar.

7. Você poderá canalizar suas energias juvenis para atividades que contribuam para o seu desenvolvimento e amadurecimento, tais como: os estudos, o esporte, a música, a leitura, a pintura, o serviço aos necessitados, os grupos jovens, as gincanas, o grêmio de sua escola, associação em clubes comunitários, etc.

8. Você aprenderá a conhecer o verdadeiro amor. Saberá distinguir entre o amor verdadeiro e o impulso ou atração sexual. O ato sexual é algo espontâneo e breve (um encontro de uma noite). O amor necessita tempo para crescer e durar para sempre, que é o que todos queremos. O verdadeiro amor nunca é desesperado, é sim aquele que sabe esperar.

Como dizer não?

Rezemos juntos: Senhor, ajudai-me a aceitar e receber minha sexualidade como um dom divino. Dai-me a graça para resistir a tantas mentiras que distorcem esse dom divino e ajudai-me a viver minha sexualidade de acordo com a verdade do amor que é entrega de si mesmo. Dai-me pureza de coração para que possa ver a imagem de vossa glória na beleza dos outros, e um dia vê-Lo face a face. Amem.

Seu irmão na fé, Helder Filho.



Sou trigo de Deus

“Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará.”

O pão da eucaristia é feito de trigo, mas esse trigo antes de tornar farinha tem sua história. O terreno é preparado para receber sua semente, é ele plantado, vieram sol, chuvas, passaram dias e noites e ele permaneceu ali, calado sem escolha. Quando chega a hora da colheita ele passa por um processo, numa máquina ou manualmente. Depois esse trigo é triturado, moído até virar pó.

O que para nós é a Eucaristia? É ela a ação de graças a Deus, é ela a atualização do sacrifício de Cristo. Não teria semelhança entre o processo do trigo com a redenção de Jesus? Nosso Deus é inteligente, ele fala por imagens e por fatos concretos da vida cotidiana. Somente prestemos atenção no início desse versículo acima, Jesus fala de sua hora, a hora de sua morte e logo em seguida ele fala do trigo, coincidência? Não! Plano de Deus.

Ninguém hoje quer ser trigo, mesmo ele sendo usado às vezes em belas decorações, ninguém quer ser um, porque não iria sentir-se realizado, pois não é esse o seu fim.

Somos materialistas demais, a carne que é a chefe da nossa vida, e ela foge de sofrimento, sendo esse necessário para nossa santificação e maturação. Certa vez encontrei esse pensamento em um texto: “Ficaríamos atordoados com as respostas positivas de recém-mamães, se perguntássemos a elas sobre suas lembranças do sofrimento do parto em suas vidas. Elas se lembrariam do sofrimento, claro. Mas ao contemplarem suas pequenas crias, num piscar de olhos, o sofrimento se transformaria em recompensa.Uma namorada, sofrida pela distância de seu grande amor, não hesitaria em responder que sua saudade é um sofrimento. Mas que o encontro futuro, daria uma satisfação maior do que qualquer dissabor do passado. O sofrimento se transformou aqui, em esperança.As mulheres, que todos os domingos precisam visitar seus maridos em uma penitenciária, passam por muito sofrimento e muita angústia. Mas, cada passo, dentro do complexo penitenciário, tem a alegria do reencontro, da liberdade. O sofrimento faz lançarmos olhares para um futuro que ainda não é real. O sofrimento tem dois lados. O lado negativo quando eu falo “ai, ai, mais um dia” e o lado positivo, “que bom, menos um dia”. O olhar que eu tenho sobre meu sofrimento define o tipo de dor que terei. O sofrimento está grudado ao ser humano. Ninguém foge do sofrer. O máximo que se consegue é adiá-lo por algum tempo. Mas todos nós, cristãos ou não, passaremos por este “fogo de provação” chamado sofrimento. E é por ser parte de minha vida que ele é uma importante via para minha salvação. Ele é uma presença misteriosa e santificante de Deus e também desenvolvimento da maturidade humana. Por isso que, um bom evangelizador é aquele que comunica seu sofrer com Cristo de maneira madura e verdadeira.”

Bonito não é!? Mas não é simplesmente uma carta de amor, que mexe somente com os nossos sentimentos, isso é vida. E sabemos que grandes homens passaram por sofrimentos terríveis por isso o são grandes homens.

Exemplo mais profundo, misterioso e redentor do sofrimento foi o que passou nosso Senhor Jesus Cristo, diz a canção: “Se não houver a luta como pode haver vitória, foi o Senhor que ensinou que é pelo Calvário que se chega a glória”.

Não basta a gente dizer que Jesus já pagou por tudo, e de fato pagou está escrito: “por alto preço fostes comprados” temos que fazer valer, pense, por exemplo, Jesus passou por tudo e quem sou eu para não passar.

Somos convidados várias vezes a práticas de sofrimento, por exemplo ao jejum: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto”, “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” e mais, “Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á”.

Não tem como fugirmos do sofrimento, então faça dele sua ajuda necessária para a salvação e crescimento humano e espiritual. Use dessa arma poderosa para ‘combater o bom combate da fé’, São Paulo em uma de suas peregrinações afirmou: ‘o sofrimento que passo hoje não tem proporção com a glória futura que irei receber’ viu Ele no sofrimento a sua própria redenção e salvação.

Coloquemos-nos nas mãos de Deus como trigos ou como pessoas que ao menos estão se preparando para ser estraçalhado pelo sofrimento para sermos agraciados com a glória do céu.

Sofra, mas sofra um sofrimento redentor e realizador algo que a carne não explica, mas a alma pula de alegria porque damos acesso para agir em nós.

As grandes manifestações de Deus existiram em pessoas que se colocaram como trigos, foram humilhadas, esmurradas, flageladas e até crucificadas, veja se esse homem entendeu o que é o sofrimento: “Tertuliano, grande teólogo, chegou a dizer: “O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. (Confissões). Houve quem se atemorizasse e cedesse no momento da perseguição, pois nem todos receberam a graça e a força para enfrentar o martírio.”

Para encerrar esse meu pensamento repito o que escrevi acima: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto.”

Senhor me dê a graça ao menos de um martírio incruento.

Seu irmão na fé, Helder Filho.


Vós sois templos de Deus


“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24). Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito. Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.”

No início de tudo quando Deus começou sua magnífica criação, Ele quis fazer uma criatura que o assemelhasse. Então nos criou. O Homem, antes de tudo, é um mistério. Mysterium tremendum ac fascinosum; o Homem, criado à sua imagem e semelhança, é misterioso e também fascinante, na medida em que se assemelha a Deus por sua vida espiritual ou por seu caráter pessoal, isto é, por sua consciência, inteligência e liberdade. Em suma, toda a Sagrada Escritura, desde o Gênesis ao Apocalipse, é o registro da ação de Deus que quer relacionar-se de modo especial com o Homem. O Vaticano II refere-se ao Homem como "a única criatura na terra que Deus quis por si mesma" (Gaudium et spes, 24). Do Homem, Deus sempre espera uma resposta. E a resposta que Deus espera coincide com a auto-realização humana. Vontade de Deus e realização humana coincidem, de modo que não existe felicidade e beleza humana sem Deus: "A glória de Deus é o homem vivo; a vida do homem é a visão de Deus" (Santo Ireneu, Contra as heresias, livro IV). O Homem, imagem e semelhança de Deus, está orientado para a Beleza infinita, ainda que, por suas próprias forças, não possa atingi-la. Somos criaturas belas, maravilhosas, esplendorosas, mas o pecado nos desfigurou, fez de nós homens e mulheres sem beleza.

Em princípio seríamos somente criaturas aos olhos de Deus. Com o pecado, Ele teve que mudar a estratégia, então elaborou rapidamente um outro plano para a humanidade, sendo o cume desse o envio do seu Filho ao mundo.

Com a vinda de Jesus, passamos de criaturas a filhos de Deus, vejamos como diz a Sagrada Escritura: “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus.”

Alegria de um lado, tristeza de outro, mas por quê? Tornamos-nos filhos de Deus, mas ficamos escravos do pecado, da concupiscência. Com o batismo Deus nos devolve a beleza que citei acima, ficamos lindos de novo, mas com inclinação ao mal, olhemos o que nos disse São Paulo: “Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal.”

Se soubéssemos o poder que habita em nós, se tivéssemos noção da grandeza de Deus em nossa vida, muitos pecados seriam desmascarados antes de cometê-los. Por sermos templos de Deus, precisamos alimentar em nós essa vida divina, o espírito de Cristo está clamando em nós, Pai, paizinho, usemos esse poder sobrenatural para ficarmos mais santos, mais realizados em nossos atos e pensamentos.

Jesus ainda completa o raciocínio de São Paulo acima: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Precisamos nos valorizar, nos guardar das situações pecaminosas que nos rodeiam, que quer nos devorar. Deus habita em nós, Ele quis fazer morada nessa miserável vida que nós temos. Existe uma estória bem bonita e simples. “Certa vez um homem incrédulo estava participando da santa missa, e dentro dele algo o incomodava, um pensamento, Deus não está na Eucaristia. Naquela missa o celebrante consciente daquele pensamento disse aos seus coroinhas: “ao acabar a missa pegue esses dois candelabros (suporte para velas) e vai paralelamente àquele homem”. Assim feito, o homem veio questionar o sacerdote que prontamente respondeu: da mesma forma que a vela fica acesa ao o lado do sacrário para simbolizar que Jesus está vivo, também precisa ter-se uma vela acesa ao nosso lado, pois dentro nós está o corpo de Cristo”, em outras palavras, somos sacrários ambulantes de Jesus Cristo.

Pergunto então, o que temos praticado? O que tenho feito para dignificar a presença de Cristo em mim, tipo, que vestimenta tenho colocado nesse corpo para externalizar a presença sagrada de Deus em mim? Quais palavras tem saído de nossa boca? Onde tenho freqüentado, ou melhor, onde me coloquei sendo eu presença real do Senhor? Tenho tido atitudes, por exemplo, ficando sem sério compromisso com uma pessoa usando-a como se fosse um objeto? Gosto muito de usar essa expressão forte: “não somos tomates de feira e nem nota de dois reais que passa na mão de todo mundo” para mostrar para nós mesmos o que temos feito com a “casa” que Deus habita.

Acho interessante colocar nos textos canções, pois elas muitas vezes nos mostram a beleza do nosso interior, nossa vida. Vejamos quão profunda é essa música: “Quero que valorize o que você tem, você é um ser você é alguém tão importante para Deus, nada de ficar sofrendo angústia e dor, neste seu complexo interior, dizendo às vezes que não é ninguém, eu venho falar do valor que você tem, ah eu venho falar do valor que você tem. Ele está em você, o Espírito Santo se move em você, até com gemidos inexprimíveis,. Aí você pode então perceber que prá Ele há algo importante em você, por isso levante e cante exalte ao Senhor, você tem valor o Espírito Santo se move em você.”

Somos um pouco dessa beleza que tentei citar acima, somos seres completos, infinitos, quando diz respeito a nossa vida espiritual. O nosso coração só é plenificado quando damos abertura a Essa presença sobrenatural que habita em nós. Façamos a experiência de deixar ser dominado pelo Espírito de Deus, convide o Senhor para visitar sua sexualidade, pois essa é muito complexa, o chame para entrar na sua afetividade, enfim convidemos Deus para assumir o comando total da nossa vida. Vamos colocar para fora o que o mundo mais espera de nós cristãos, uma vida diferente, um modo de viver sem apegos, uma vida cheia de virtudes, e por fim pessoas que tem algo essencialmente necessário para a humanidade, ou seja, Deus mesmo.

Deus habita em mim!

Seu irmão na fé, Helder Filho.




Quanto tempo você tem?


Passam os dias, as horas passam depressa bem diante dos seus olhos você diz: tenho que zoar, curtir, aproveitar a vida, tenho todo tempo do mundo, todo tempo do mundo. Será? Ninguém sabe o dia ou hora nem nunca saberá. Pense bem! Quanto tempo você tem? Quanto tempo você tem? Será que você sabe quanto dura a vida? Isso não dá pra dizer, ninguém saberá . Quanto tempo você tem? Quanto tempo você tem? Tem que aproveitar o dom pra fazer o bem. Quanto tempo você tem? Faça o melhor, faça o que puder com a vida que Deus lhe deu, o seu tempo é um talento, um dom , tem que fazer render, tempo para servir a Deus, para ajudar o irmão. Verá! Que um segundo vale ouro, não vá desperdiçar. Pense bem! Tantas vidas esperam por seu amor, tantas vidas que esperam por salvação é preciso lutar enquanto há tempo... Enquanto há tempo!”

Essa pergunta sempre inquietou o meu coração, sempre me levou a correr pela salvação de minha alma. Eu continuamente quando estava em partilha gostava de fazer essa pergunta para a pessoa, pois, não sabemos o dia nem a hora que a “senhora” morte virá nos visitar.

Recebi uma frase esses dias atrás que dizia: "Cedo demais para pensar em Deus (criança), jovem demais para pensar em Deus, feliz demais para pensar em Deus, ocupado demais para pensar em Deus, velho demais para pensar em Deus, e por fim, tarde demais para pensar em Deus (morte)."

Tínhamos que aprender a viver o dia como se fosse o último da nossa vida, ah se soubéssemos que a vida é um dom para ser vivido com intensidade, se descobríssemos o poder que a vida nos dá seriamos mais felizes e realizados. Confundimos liberdade com libertinagem, onde estaria à diferença dessas duas palavras? Está essencialmente no fruto desse ato, por exemplo, um ato de liberdade é com responsabilidade, o outro é contrário a esse. Temos que agir conforme manda a nossa consciência, mas o problema é que muitas vezes essa anda muito relaxada. Não dói mais em nós quando fazemos algo contrário ao que é certo, e a palavra de Deus é muito clara quando diz respeito à liberdade, vejamos: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” Por conseguinte, infelizmente a raça humana está dominada pelos prazeres carnais.

E quanto a esses prazeres carnais nos diz a Sagrada Escritura: “Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que quereríeis. [...] Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” Que fruto você quer colher na sua vida?

Vamos juntos, eu e você, aprender a viver “a vida em abundância” que Jesus deixou para nós. Não é difícil, pois se fosse Ele não teria nos dado a vida.

O prazer de viver, e aqui quero que você distinga de qual prazer estou falando, tem que ser vivido com intensidade e força esse poder divino que é a vida. O ser humano é a única criatura que tem liberdade. Quando Deus nos criou, Ele já sabia de tudo, inclusive que nós iríamos traí-lo, mas ainda sabendo disso nos criou e ainda nos fez homens e mulheres livres, para que por nós mesmos escolhêsse-mos Ele ou não. Existe maior amor do que esse? Amor que não pensa em si, mas na alegria e liberdade do outro? Acredito que só existe em Deus e naqueles que se espelham nesse Amor para com os outros e consigo mesmo.

Viver é bom demais, mas claro quando se vive de maneira correta e agradável a mim mesmo e ao meu Deus todo poderoso.

Viva a vida!

Seu irmão na fé, Helder Filho.



O amor de Deus é maravilhoso!


Tomo a liberdade de iniciar essa meditação com uma breve canção, “O amor de Deus é maravilhoso, grande é o amor de Deus. Tão alto que eu não posso estar mais alto do que ele, tão baixo que eu não posso estar mais baixo do que ele, Tão amplo que eu não posso estar fora dele, Grande é o amor de Deus.”

O amor de Deus vai ao encontro de sua criatura predileta desde sua criação, ao criar disse: “façamos a nossa imagem e semelhança”. Somos capazes de amar, dentro de nós habita uma força sobrenatural que nos leva a ser amor. Capacidade essa que transpassa todo entendimento humano, porque hoje amar, verdadeiramente, só o faz quem é dominado pelo Espírito de Deus.

A canção explica tudo, sintetiza esse amor grandioso de Deus por nós. Nosso Senhor olha por nós em todas as situações que nos encontramos, Ele está ali em prontidão para nos acolher. “Senhor, eu sei que tu me sondas, sei também que me conheces, se me assento ou me levanto, conheces meus pensamentos, quer deitado ou quer andando sabes todos os meus passos. E antes que haja em mim palavras sei que tudo me conheces, Senhor eu sei que tu me sondas. Deus, tu me cercastes em volta, tuas mãos em mim repousam, tal ciência, é grandiosa não alcanço de tão alta, se eu subo até o céu sei que ali também te encontro, se no abismo está minh'alma sei que aí também me amas.”

Já “sacramentaram” dizendo que a depressão é o mal do século, mas por quê? A nossa resposta quase que sai automática, é porque não amam a Deus. Eu digo mais, se a depressão hoje é o mal do século, é porque nós não aprendemos as virtudes, os valores morais e espirituais, a se amar, a perdoar, enfim não aprenderam a ser cristãos de verdade. Olhe o que a Sagrada Escritura traz da vida cristã primitiva: “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração freqüentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação.”

Vamos ponto por ponto: doutrina dos apóstolos, é difícil encontrar uma pessoa que de fato segue o que a Igreja diz, principalmente na vida moral. Castidade tornou assunto de dinossauros, de piadas entre “amigos”. Fração do pão, quer dizer participar da santa missa, que também é coisa do passado, de idosos, há um tempo atrás era mais presente a juventude nas missas, hoje não tão freqüente. Oração, estou contando uma anedota, não se reza mais, não temos mais diálogo com Deus. Temor de Deus virou medo de Deus, pois não se acham pessoas onde Deus habita. União e despojamento, são palavras que existem somente no dicionário, hoje o mundo vive num tremendo egoísmo, auto suficiência e prepotência, ninguém precisa de ninguém. Freqüentar o templo, já disse acima que não vamos mais as missas, tanto mais ir freqüentar o templo para se fazer uma oração mais profunda e direta com Deus. Cativar, somente existe entre “namorados”, não somos mais exemplos de vida cristã. Ninguém quer parecer a gente.

No que disse nesses dois parágrafos acima, são duas realidades. Aqueles que verdadeiramente reconheceram o Amor de Deus, e fizeram valer esse amor na prática. Praticava as virtudes naturais e sociais que a vida os colocava. E tinham uma beleza interior que saia pelo exterior e cativava as pessoas ao ponto de fazê-las seguidoras do caminho da salvação. A outra realidade é mais latente na nossa vida, são os solitários, depressivos, introvertidos, os “internautas”, aqueles que gastam sua vida para esse mundo material e profano. Daqui verdadeiramente a expressão ditada acima, faz ser verdade: depressão a doença do século.

O amor de Deus é maravilhoso meu irmão e minha irmã. Só o sabe quem já experimentou, convido você a fazer essa experiência que é simples e ao mesmo tempo realizadora, encantadora. Faça um propósito na vida, viva uma semana como viviam os apóstolos, os seguidores deles e então faça um resumo de como era e depois de como ficou após a experiência, aguardo sua resposta que com certeza será frutuosa.

Seu irmão na fé, Helder Filho.


“Aquele que está de pé cuide para não cair”

Estar de pé significa que estamos em prontidão, firmes. Mas essa postura não nos tira nossa fraqueza, miséria, dificuldades. Depois do pecado de Adão e Eva, ficamos aptos ao erro, ao simples fato que podemos cair em qualquer situação posta ou pelo inimigo ou pelas provações da vida. O importante é não permanecer no chão.

A palavra de Deus nos diz claramente dessa fragilidade, podemos ler isso em II Coríntios 4,7: “Porém, temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós.”

Que tesouro é esse? Que vaso é esse? O tesouro é Deus o vaso sou eu.

Quando olhamos para nós visualizamos muitas misérias e pecados, está escrito: “O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!” O pecado nos tira a dignidade, faz-nos até nem querer olhar para Deus, ou seja, ter vergonha dEle.

Algumas denominações que se dizem cristãs, falam que já estão prontas, que já estão salvas. Uma vez ouvi um pastor dizer: “não sei vocês, mas eu já estou pronto” quanta prepotência e auto suficiência. O cristão vive num processo de conversão contínuo, ele não pára a não ser quando se encontra com a morte. A Palavra de Deus é muito clara: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. [...] Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós.” Está vendo, todos nós temos pecados independente de raça, religião, partido político, somo fracos, infelizmente nossa natureza foi caída e agora precisamos contar com a graça de Deus.

Teve um reformador que disse: “Esto peccator et pecca fortiter, sed fortius fide” significa: “Peca fortemente! Sabendo que Cristo o perdoará” em outras palavras disse ele: “peca muito, mas crê muito mais ainda e serás salvo”.

Interessante, ao criar esse texto tive a oportunidade de descobrir o porquê que esse reformador tirou um livro da sua bíblia, o Livro Eclesiástico, olhe o que tem escrito nele: “Não digas: Como sou forte! ou: Quem me obrigará a prestar contas dos meus atos?, pois Deus tomará sua vingança. Não digas: Pequei, e o que me aconteceu de mal?, pois o Senhor é lento para castigar (os crimes). A propósito de um pecado perdoado, não estejas sem temor, e não acrescentes pecado sobre pecado. Não digas: A misericórdia do Senhor é grande, ele terá piedade da multidão dos meus pecados, pois piedade e cólera são nele igualmente rápidas, e o seu furor visa aos pecadores. Não demores em te converteres ao Senhor, não adies de dia em dia, pois sua cólera virá de repente, e ele te perderá no dia do castigo.” Coincidência né? (risos).

Meu irmão, minha irmã, lutemos contra o pecado, vamos tirá-lo da nossa vida. Se estiver de pé, cuide para que não caia e se cair corra ao encontro de Jesus na pessoa do padre e peça perdão. São João nos escreve: “Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade.” Jesus institui o sacramento da confissão quando disse: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. E ainda tem mais. “Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”

Kyrie eleison!
Christe eleison!
Kyrie eleison!
Seu irmão na fé, Helder Filho.




Somos escolhidos


“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.”


Existe uma canção bem antiga que diz assim: “Deus precisa de mim muito mais que eu possa imaginar, precisa de mim muito mais que das estrelas, precisa de mim muito mais que o mar, precisa de mim muito mais que a terra, precisa de mim.” Acredito ter um erro “teológico” nessa música, não grave, mas existe. Deus existe por si mesmo, afinal ele é Deus. Ele não precisa de nós, repito: Ele é Deus! Nossa que triste saber disso, mas contradizendo tudo o que disse ate agora, Ele quis precisar de nós.

Nessa passagem bíblica acima percebemos que Deus nos escolheu, Ele nos quis primeiro, antes mesmo de nós o querermos. Somos a única criatura que quis por Si mesma.

Está escrito: "façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, foi o único momento das etapas da criação que Deus disse essa expressão, imagem e semelhança. Deus nos quer, Ele nos ama, para apresenta-Lo ao mundo Ele quis precisar de nós.

Fomos enviados para produzir frutos, “vos constituí para que vades e produzais fruto”. Tudo que fizermos em nome de Jesus já está selado no céu, “a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai, ele vos conceda”. Assim se torna fácil ser um escolhido, mas o problema é que ainda não assumimos essa verdade para nossa vida serviçal em Deus. Os nossos frutos são sem graça, sem aparência, mas por quê? Porque não estamos enxertados na árvore da Vida, não somos alimentados pela seiva de Deus. “Pelos seus frutos os conhecereis. [...] Toda árvore boa dá bons frutos.” “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.” Assim como um homem que trabalha na terra, enxerta mexerica com laranja, precisamos estar enxertados no Corpo de Cristo.

O fruto sempre é acompanhado ao lado de um tratamento da terra. Assim também nós, o fruto da nossa vida tem que ser acompanhado do testemunho, senão ele é chocho, sem graça. Nas feiras de frutas encontramos belas maças de um aspecto agradável e saboroso, mas quando vai a boca, não tem doce, porque foi com certeza tratado com agrotóxicos para maior rapidez de colheita e foram alimentados por algo artificial. Agora aquelas maças tratadas com adubo natural, que foram respeitados o seu ciclo de vida, aí sim tem gosto de fruta verdadeira.

Enxertemos-nos em Cristo, a árvore da vida, para que nossos frutos prevaleçam e que nossos irmãos possam saborear a riqueza da vida cristã.

A partir do nosso batismo nossa missão é evangelizar, porque em nós habita o Espírito de Cristo, “A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” Jesus é missionário por excelência e nós portadores que somos de sua essência divina também somos chamados a essa vida missionária. Quando evangelizamos nos encontramos, nos realizamos, pois para a glória de Deus fomos criados.

Assim está escrito: “Os seus discípulos indagaram dele: Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus.” Entendamos que para a glória de Deus todas as coisas acontecem. Para encerrar esse breve pensamento proclamo: “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios”.

Assim seja! Glória a Deus! Aleluia!

Seu irmão na fé, Helder Filho


Onde estão os jovens fortes que vencestes o Maligno? (I Carta de João 2,14)


‘Os jovens tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo do mundo. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo!’

Esse trecho te lembra alguma coisa? Você traz dentro de si alguma referência sobre esse trecho? Acredito que sim, pois é a Palavra de Deus, é impossível encontrar um jovem que ao menos não tenha ouvido essa passagem.

Pergunto outra vez: onde estão os jovens que vencestes o Maligno? Estão eles dentro da Igreja rezando o terço, ouvindo músicas católicas cristãs, navegando num site que o faz crescer em “estatura e graça diante de Deus”, teclando no bate-papo coisas úteis e essenciais para a vida? Ou estão se gastando para o mundo, dando a vida por um ídolo da TV, do futebol, vendo novelas, seriados satânicos, pornografias e se enchendo de solidão quando sozinho se encontra frente ao computador conversando com um “amigo cibernético”?

Preferiria acreditar nas primeiras interrogações, mas infelizmente no “geralzão” não é isso que tem acontecido. Encontramos jovens que dão a vida por um time, por um homem, mulher, pelas drogas, pois essas coisas nos dão prazer quase que automático, estamos na geração “microondas” tudo em alguns minutos.

Os jovens estão como falei acima, com medo, atrofiados, estagnados, tem vergonha de ser o que é. Se tem os cabelos enrolados querem esticá-los, se são fortinhos querem emagrecer..., nunca estão satisfeito com nada, andam sempre murmurando. Certa vez ouvir um pregador dizer: “quando conheci a África, descobri que existem somente duas alas, as que são pobre de verdade e as que pensam que são pobre” em outras palavras precisamos olhar para nós e ver o quanto somos valiosos e o quanto Deus nos ama nos pequenos detalhes da vida.

Quando eu conheci o amor de Deus profundamente no ano de 1998 era muito diferente do que é hoje, nós jovens estávamos preocupados em rezar, fazer missões, agradar a Deus, hoje o jovem quer beijar, transar, satisfazer a carne e que se “dane” o espírito perdão pela palavra, mas é assim. Na mesma época um padre muito amigo meu dizia que no tempo dele, “eles andavam pelas ruas com o terço na mão, rezando em línguas, visitando hospitais... faziam faculdade, mas rezavam no grupo de oração conseguiam administrar o seu tempo, e faziam as duas coisas muito bem.”

Jovem, será que você conhece essa passagem: “Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória, na glória de seu Pai e dos santos anjos.” Isso não te estremece, pois a Palavra de Deus deve estremecer o nosso coração, deve abalar as nossas estruturas. Se você não quer a santidade, vai embora, diga para Jesus, “olhe Jesus eu não queria te conhecer, faça com que eu esqueça tudo” ou então vista a camisa de Cristo e faça valer a sua fé, sua vida.

Está com medo? Peça o Espírito. Que Jesus, como fez com os apóstolos naquele dia vai soprar sobre você também e vai fazer de você um homem, uma mulher corajosa (o), como ele fez com Perdo (conferir Atos 2,14). Se quiser ser de Deus seja diferente, entre no processo de conversão, mude suas atitudes, faça a diferença na vida das pessoas e não mais uma “maria vai com as outras”.

Vamos voltar, vamos resgatar na Igreja aquilo que se “perdeu” um dia, a vida carismática, não demos ouvidos ao que vão dizer de nós, tipo: se somos doidos, fanáticos, não! Fanatismo está muito longe daquele que encontrou a Verdade e a quer anunciar a todos que vêem. Não é assim que fazemos quando apreciamos um bom filme, saímos de lá dizendo para todos que vejam o filme, pois é “massa”. Abramo-nos para Deus, sejamos dóceis ao Espírito e daí sim estaremos escolhendo uma vida digna e cheia de alegria.

Não seja de Deus por troca, mas por decisão de vida, porque “quem encontrou um amigo encontrou um tesouro”, e Jesus é o nosso verdadeiro amigo.

Vamos à luta, estou com você e o Espírito Santo também!

Glória a Deus!

Seu irmão na fé, Helder Filho



Quem é a nossa referência...?


“Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo. Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti. Mas quero que saibais que senhor de todo homem é Cristo, senhor da mulher é o homem, senhor de Cristo é Deus.”

São Paulo nos chama a imitá-lo, mas por quê? Primeiramente ele mesmo responde a nossa pergunta, porque ele é imitador de Cristo, segundo porque ele foi um grande homem, tanto fora da Igreja como dentro dela. Esse grande santo não ousava esforços naquilo que cria em pensar ser sua “verdade”. Também não ousou quando a conheceu de fato, aí sim se gastou, se “imolou” para fazer o Cristo conhecido.

É muito comum vermos crianças, adolescentes, jovens e até mesmo adultos, tomando postura, principalmente externa, para se parecer com alguém famoso. É difícil encontrar um pai que diz para o filho: “quando você crescer queria que fosse igual a São Francisco”, ou então, igual ao papai ou a mamãe, porque até nós nos ignoramos enquanto referência para alguém.

Quando procuramos um político integro, ou um ator de TV que se preze, que se guarda na vida pura, ouso dizer: é QUASE impossível encontrar. E porque então queremos parecer essas pessoas? Para que temos necessidade de buscar referência em pessoas de má vida, má fama? Porque não levamos nossos filhos a parecerem a Jesus de Nazaré, Nossa Senhora? Eu sei a resposta, porque isso não dá “Ipobe” não chama atenção de ninguém. Já vi pessoas dizerem: nossa que “bonitinho” o seu filho dançando o “reboleition”, depois vamos chorar porque eles não guardam a pureza. Com os meus filhos eu faço diferente, eu luto muito para que eles só escutem e vejam coisas que os fazem crescer em todos os sentidos tanto naturais como sobrenaturais.

Uma música bem antiga do Padre Zezinho diz assim: “Tudo seria bem melhor, se o Natal não fosse um dia, e se as mães fossem Maria, e se os pais fossem José, e se os filhos parecessem com Jesus de Nazaré” . Quer uma referência melhor do que a Sagrada Família? Sinal de humildade, espera em Deus, amor a família, se contentavam com o necessário para o cotidiano, lutaram para que seu filho não morresse nas mãos de pecadores... queremos mais exemplos? Calemos e procuremos fazer ao menos o mínimo que a Sagrada Família fez.

Caríssimos jovens são para vocês que eu escrevo, pois Deus me fez uma espada para atingir vocês. O que estão fazendo com a vida de vocês, com sua pureza, dignidade? Onde vocês estão fundamentando sua família? Como está o namoro? Como está a espera por alguém? Como vocês estão vivendo a vocação pessoal? E enfim, quem é sua referência? Quem é o seu modelo de vida? Quem você quer parecer quando chegar à maturidade da vida? Procure hoje as respostas dessas perguntas e então começara a acertar no futuro para sua vida e vocação.

O homem só será feliz se for santo, santidade nos lembra Jesus, para tanto precisamos ter como referência nosso grande Mestre e Senhor, Cristo Deus.

Se imitarmos Jesus estaremos no caminho certo, pois a Palavra nos fala: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” e completa “eu vim para que vocês tenham vida e para que a tenham em abundância.”

Imitemos os santos que eram mortais como nós, porque assim estaremos imitando Jesus Cristo o perfeito, o Justo, o Eterno.

Vamos à luta!

Seu irmão na fé, Helder Filho




Você é original?


Primeiramente original significa relativo à origem, primitivo, não copiado, próprio.

Deus é original, afinal nos criou: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança." (Gn 1,26). E criar também é sinônimo de original, criou do nada, saiu dele, não somos cópias de algum ser.

Ser original também é não esquecer as raízes, de onde viemos, raízes nos lembra a palavra radical, da raiz, inseparável, completo.

Vivemos em uma “realidade” sem originalidade, tudo é copiado, “xerocado”, não existem mais pessoas que vivem do Espírito, que se deixam levar pela Sua inspiração. Até na igreja vemos isso. Ouvi dizer que existe um “micarê santo”, um “carna católico”. Não estou dizendo que sou contra, mas percebo a falta de originalidade. Não é próprio, não é da igreja, é cópia camuflada de santidade.

Eu como homem casado louvo a Deus por ter minha mulher e por ela ser original, sem “lanternagem”, enchimento ou “esticamento”. Parece que temos vergonha de ser o que somos, ou melhor, do que nos transformamos. Coitado dos rapazes, como saberá que sua mulher é original, pois se ele vive uma vida casta, não poderá tocar e acariciar para constatar que não é plástico. Daí vai precisar do diálogo e confiança. As mulheres também vão sofrer, com os homens “bombas”, cheio por fora e vazios por dentro.

Não existe amor próprio, para tudo há reclamação, se o cabelo é enrolado querem esticar, se é esticado querem enrolar, nossa! Nunca estão satisfeitos com nada.

Vemos um mundo submerso na anorexia e bulimia nervosas, mulheres que são lindas, estão no peso ideal e começam a se flagelarem na falta de temperança, não comem nada. Eu soube de uma modelo que chegou a comer uma “balinha” por dia, e para quê isso? Por dinheiro, sucesso, vangloria.

Os homens estão entregues ao sexo, tudo é sexo. Nunca está satisfeito com o que tem. Sempre quer mais! Costumo dizer que nós homens não usamos a cabeça certa para pensar.

E a originalidade onde fica? Deus nos fez no equilíbrio, cada detalhe do seu corpo Ele pensou, arquitetou por amor. Nos fez a sua imagem e semelhança, parecemos com Deus. Mas como se Ele não tem corpo? Parecemos na capacidade que temos de amar a mim mesmo e o meu próximo.

Com certeza os homens e mulheres, como eu e você, que buscamos ser aquilo que não faz parte de nossa originalidade é porque não se amam, não reconhecem o poder criador de Deus na nossa vida. Deus é perfeito, e dEle só sai perfeição.

Quando encontramos uma pessoa que é original, essa pessoa incomoda, nos tira dos eixos, porque é alguém que reconhece o seu valor, sua dignidade, e não fica se entregando as mudanças que o mundo coloca, por exemplo, a moda, nossa! Como a moda mexe com a gente, há alguns anos atrás quando eu ainda era adolescente, ufa! faz tempo, existia a moda de usar tênis “all star” e agora voltou. Percebo que a moda não tem sua perenidade, sempre oscilante. Agora a moda é pintar as unhas da cor de canetas fluorescentes, e de onde veio isso? Descobri que foi na Itália, uma modelo pintou as suas unhas e daí virou moda. Coitados de nós, daqui uns meses vamos rir disso! Teve uma época (essa era engraçada), que nós colocávamos as calças lá no pescoço, ríamos vendo as fotos, e não é que agora voltou, Deus deve sorrir de nossa variação, nunca somos originais.

Quer ser original? Seja santo, como nosso Pai do céu é santo!

Seu irmão na fé, Helder Filho.